quinta-feira, 9 de maio de 2013

Lições de CAPRA

 
Palavras iniciais...
 
 Um dos maiores temas em discussão na sociedade, hoje, é a questão da sustentabilidade, ainda que este conceito possa assumir vários matizes, a depender dos diferentes segmentos que o abordem.
 
O que parece estar em jogo, em linhas gerais, é o estabelecimento de certos consensos sobre a gestão dos recursos naturais de modo consciente, considerando-se as necessidades desta e das próximas gerações.
 
Pensando nisso, decidimos trazer para este espaço, algumas das contribuições de Fritjof Capra.
 
 
 

 
 De acordo com Capra (Capra, 2006):
 

"Em primeiro lugar, todo organismo vivo, da mais minúscula bactéria a todas as variedades de plantas e animais, incluindo os seres humanos, é um sistema vivo.”
 

  
 

“Em segundo, as partes dos sistemas vivos, são elas próprias, sistemas vivos. Uma folha é um sistema vivo. Um músculo é um sistema vivo. Cada célula do nosso corpo é um sistema vivo.”








“E, em terceiro, as comunidades de organismos, que incluem tanto os ecossistemas e os sistemas sociais humanos como a família, a escola e outras comunidades humanas, são sistemas vivos.”







“(...) a maioria dos biólogos afirma que a essência da vida está nas macromoléculas – DNA, as proteínas, enzimas e outras estruturas materiais das células vivas. A teoria dos sistemas vivos nos diz que o conhecimento dessas moléculas é, obviamente, muito importante, mas que a essência da vida não está nas moléculas. Ela está nos padrões e processos por meio dos quais essas moléculas interagem. Não se pode tirar uma fotografia da teia da vida porque ela não é material – é uma teia de relações.”





 






O ponto de vista sistêmico...

Fritjof Capra: nos ensina que “Essa forma de pensar “contextual” ou “sistêmica” envolve várias mudanças de ponto de vista.” São elas:


Das partes para o todo. Os sistemas vivos são totalidades integradas cujas propriedades não podem ser reduzidas às suas partes menores. As suas propriedades “sistêmicas” são propriedades do todo que nenhuma das partes tem.”
 


 

Dos objetos para as relações. Um ecossistema não é uma reunião de espécies, mas uma comunidade. As comunidades, sejam elas ecossistemas ou sistemas humanos, são caracterizadas por séries ou redes de relações. Na visão sistêmica, os objetos de estudo são redes de ralações embutidas em redes maiores.”

 



Na prática, as organizações formadas de acordo com esse princípio ecológico têm mais probabilidade do que as outras de estabelecer processos baseados no relacionamento, como a cooperação e a tomada de decisão por consenso.”


Do conhecimento objetivo para o conhecimento contextual. A mudança de foco das partes para o todo implica uma mudança do pensamento analítico para o pensamento contextual. As propriedades das partes não são intrínsecas, mas podem ser entendidas apenas dentro do contexto do todo.”




“(...) explicar as coisas em termos dos seus contextos significa explicá-las em termos dos ambientes que as circundam, todo pensamento sistêmico é um pensamento ambiental.”




Da quantidade para a qualidade. Entender as relações não é fácil, especialmente para quem foi educado de acordo com os princípios da ciência ocidental, que sempre sustentou que só as ciências mensuráveis e quantificáveis podem ser expressas em modelos científicos.”
 


 
“Muitas vezes deduziu-se disso, que os fenômenos mensuráveis e quantificáveis são mais importantes – e talvez até mesmo que o que não pode ser mensurado nem quantificado nem mesmo existe. Nem todas as relações e contextos, entretanto, podem ser colocados numa escala ou medidos com uma régua.”


"Da estrutura para o processo. Os sistemas se desenvolvem e evoluem. Assim, o desenvolvimento das estruturas vivas está inextricavelmente ligado à renovação, mudança e transformação.”
 


Dos conteúdos para os padrões. Quando traçamos mapas das relações, descobrimos certas configurações nas relações que se repetem. Nós chamamos essas configurações de “padrões”. Em vez de focar o que contém um sistema de vida, nós estudamos os seus padrões.”






“No Ocidente, durante a maior parte do tempo, o estudo da matéria predominou na ciência. Mas no final do século XX, o estudo da forma voltou a ganhar presença, com o surgimento do pensamento sistêmico.”


Diante desses conceitos de Kapra, nos deparamos com uma nova forma de pensar a ciência, o meio ambiente e, sobretudo, a questão da sustentabilidade.
 
Ver entrevista com Capra: http://www.youtube.com/watch?v=P6-yuMpk6B8

 

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